Quando o MAL DE ALZHEIMER impõe tarefas desafiadoras

Acompanhada pela filha e pelo filho,a paciente já entrou no consultório na cadeira de rodas sendo empurrada de forma para que seus pés não encostassem no chão, pois a "teimosia" do momento era se opor a encaixar os pés no apoio da cadeira, o que dificultava ainda mais a sua locomoção, uma dificuldade para os filhos que há pouco tempo ainda tinham uma mãe independente.

A queixa principal da filha foi que a mãe já não se comunicava mais, encontrava-se extremamente apática, e negava se alimentar. O que era nítido, pois a paciente havia emagrecido muito comparado com os dados da sua última consulta, não respondia as nossas perguntas e fechava os olhos quando nos aproximávamos dela para conversar. Essa situação me deixou extremamente ansiosa, pois esperávamos respostas da paciente, esperávamos alguma reação, para podermos dar esperanças de melhora para a filha, que de forma repentina, teve toda sua rotina mudada. Mas o Alzheimer é uma doença que vem junto com tarefas que desafiam a família, tanto no fato de aprender a lidar com seus efeitos no paciente, quanto na conduta a ser tomada para evitar a sua progressão negativa, como estimular a memória, leitura constante, exercícios de aritmética, jogos inteligentes , participação em atividades de grupo. Então, estive diante de uma situação que me trouxe o sentimento de impotência, pois , por mais que eu explique os sintomas que vão aparecer, por mais que eu prescreva toda a medicação necessária, a tão esperada cura (poder dos "super médicos") não será possível, dessa vez.